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Tenha um plano para romper a estagnação no trabalho

Está há mais de dois anos em uma mesma função na empresa, sem assumir novos projetos?

Pode ser um sinal de que o funcionário caiu em uma zona de estagnação. Para ele, é a hora de reavaliar as próprias atitudes ou até de trocar de emprego.

O ciclo em uma função costuma durar 24 meses: um ano para aprender, o restante para mostrar resultados, afirma Ana Paula Montanha, especialista em recrutamento da Jobplex no Brasil.

"Depois, é hora de mostrar os resultados para o chefe e perguntar qual será o próximo passo."

CARREIRA ENCALHADA

Não ser chamado para participar de discussões e projetos novos ou ser preterido em promoções são sinais de que o profissional está ficando para trás. Mas, em alguns casos, não é fácil perceber que a carreira encalhou.

"Aparentemente, está tudo bem. O funcionário é elogiado, tem boas avaliações e se relaciona bem", diz Joel Dutra, coordenador do programa de estudos em gestão de pessoas da FIA.

"Mas ele pode ter perdido a visão crítica sobre seu trabalho."

O jeito é conhecer outras empresas, fazer contatos fora da organização ou até tirar férias para abrir a cabeça e avaliar de forma realista a própria situação profissional, para perceber se está ou não em desenvolvimento.

Para subir de nível, é preciso se mexer. "Não adianta esperar a companhia tomar atitude, o indivíduo deve ser responsável por sua ascensão", diz Anna Scofano, mentora de carreiras da FGV.

O primeiro passo é estipular metas e descobrir o que pode ser feito para alcançá-las. De preferência, alinhadas com os seus pontos fortes.

Danilo Verpa/Folhapress

A administradora Juliana Perin, 34, que foi promovida a gerente-geral em 2015

"O principal erro é almejar algo que não se encaixa em seu perfil", observa Leni Hidalgo, professora de liderança do Insper. "Às vezes, a pessoa muda de posição e não se destaca como antes."

Se o profissional quiser mudar de área dentro da empresa, atitudes como fazer um bom marketing pessoal e se envolver em tarefas e projetos de outros departamentos o ajudarão a mostrar mais habilidades para o chefe.

Depois de nove anos na área financeira de um escritório de advogacia, a administradora Juliana Perin, 34, sentiu que estava acomodada e decidiu se envolver no projeto de implantação de um novo sistema na empresa, na função de coordenadora.

"Acumulei duas funções, mas sabia que era uma forma de fazer com que conhecessem melhor o meu trabalho." Cabia a ela gerir uma equipe de dez pessoas e fazer a ponte entre o escritório e a empresa criadora do software.

Oito meses após a conclusão do projeto, foi promovida a gerente-geral do lugar. Um MBA em gestão estratégica, feito antes de assumir o projeto, também ajudou na ascensão.

"Cheguei aonde gostaria na carreira, mas não vou me acomodar, sempre busco mais", diz.

Permitir que os funcionários transitem entre diferentes áreas da organização, para que descubram o espaço no qual se encaixam, é uma atitude que deve ser buscada pelas empresas, segundo Hidalgo: "Para isso, o lugar deve ter uma cultura que privilegie não só o desempenho, mas também o desenvolvimento dos profissionais".

As organizações devem buscar ainda manter um bom canal de comunicação com os empregados, para saber de seus anseios e suas frustrações, e motivá-los a se envolver em novos projetos, afirma Márcia Bedani, sócia da Alliance Consultoria, especializada em gestão de pessoas.

Há situações em que será preciso sair da empresa para alçar voos maiores, especialmente se não houver mais perspectivas de crescimento.

"Às vezes a pessoa não está satisfeita, mas ganha bem, gosta do chefe e acaba ficando 'algemada' no lugar, mesmo sem se desenvolver", diz Tânia Casado, coordenadora do escritório de desenvolvimento de carreiras da USP.

Fabio de Oliveira Santos, 39, especialista em sistemas da informação, trabalhou por treze anos em uma empresa do setor de telecomunicações.

Durante o período, morou na Irlanda, na Suécia e nos Estados Unidos. Começou como analista de suporte técnico e chegou até o cargo de diretor.

"Eu não sentia mais vontade de trabalhar ou de aprender coisas novas, e queria voltar para o Brasil", conta. "Foram quatro anos me preparando para essa mudança."

Santos investiu em uma pós-graduação e reativou sua rede de contatos no país.

Ficou por mais dois anos na empresa quando retornou, em um cargo inferior, até pedir demissão.

Há dois meses está na Coretech, empresa do grupo de publicidade WPP, como gerente de serviços de TI. "Estou me sentindo muito mais motivado", diz.

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ENGATE A MARCHA

Como combater o marasmo no emprego

Organize um plano de carreira Defina aonde quer chegar e o que será necessário desenvolver para atingir o objetivo. É preciso ter motivação para cumprir metas e sair do piloto automático

Envolva-se em novas tarefas Assumir uma função em outra área da empresa, como liderar um novo projeto, pode ajudar o funcionário a mostrar outras habilidades e conseguir uma promoção

Invista em cursos Procure atividades de formação que se alinhem com seus pontos fortes e metas de carreira, como cursos de idiomas e de especialização

Converse com o chefe Relembre sua trajetória na empresa, o que já fez de positivo e pergunte o que precisa desenvolver para subir de posição ou ser transferido para outro setor

Tenha uma rede quente de contatos Procure se relacionar bem com outros funcionários da empresa para que não seja esquecido em um canto obscuro do escritório

Não vire refém da organização A carreira do funcionário deve ser gerenciada por ele mesmo, não pela empresa. Caso se sinta estagnado, tome você mesmo a iniciativa de mudar a situação

Fique atento a novas vagas Às vezes, a oportunidade de "desencalhe" pode estar em outra organização. Invista no networking e acompanhe as ofertas de emprego nas redes

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