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Guia de etiqueta para lidar com o chefe nas redes sociais


Lidar com o chefe no escritório já não é tarefa fácil, mas a relação com seu superior no ambiente virtual pode ser ainda mais complicada. Pedir para ser amigo do chefe no Facebook ou não? E no Instagram, um funcionário deve pedir para seguir? Segundo uma pesquisa realizada pela empresa de recursos humanos Randstad, 86% dos profissionais brasileiros estão conectados com colegas de trabalho em redes sociais pessoais – o maior índice entre os 33 países analisados. O relacionamento com o chefe, contudo, é um pouco mais complicado. A conexão com os chefes pelas redes sociais cai para 58%. Conversamos com especialistas para tirar as dúvidas mais comuns sobre como se relacionar com seus contatos profissionais no ambiente das redes sociais.


Adicionar ou não?


“Facebook e Instagram são redes que requerem mais intimidade. Se você vai pedir para adicionar o chefe, tem que ter certeza de que tem relação próxima o suficiente fora do ambiente profissional”, diz Juliana Palermo, head de marketing da Randstad e especialista em marketing pessoal em redes sociais. Se você não tem uma relação próxima com o chefe, ela aconselha não fazer o pedido.


Agora, se é o chefe que pede para te adicionar na rede social, a situação é diferente. “A pessoa até tem o direito de não aceitar, mas tem que saber como dar uma resposta se o chefe vier a perguntar ou comentar”, diz Juliana. O que se pode fazer, sugere Fernando Mantovani, diretor geral da consultoria de recrutamento Robert Half, é aceitar o convite e interagir menos.


Cuidado com o que você publica


Mesmo nas redes sociais pessoais, é preciso ter cuidado com o que se publica. Postar textos com muitos erros de português, por exemplo, pega mal. Falar mal de empresas, colegas e chefes anteriores também. Outra dica é tomar cuidado para não divulgar informações sigilosas da empresa. “Fazer check-in na sede de um cliente quando chega para uma reunião, por exemplo, pode não ser aconselhável. Às vezes o cliente ou a reunião são confidenciais”, diz Juliana.


“Ainda que seja um perfil pessoal, não se exponha de forma que seja prejudicial à sua imagem profissional”, diz Mantovani. Também vale ter o cuidado de não publicar comentários racistas, preconceituosos ou se envolver em discussões políticas radicais. “É muito recorrente no Facebook que a discussão se torne passional, mas o melhor é adotar postura equilibrada e se lembrar de que a eleição passa, mas sua carreira não”, afirma Mantovani.


Nas discussões sobre política, o melhor não assumir uma posição radical. “É claro que você tem liberdade para falar o que pensa, mas cuidado para não passar do ponto e ser desrespeitoso. É uma questão de bom senso, de entender que as pessoas têm opiniões diferentes”, diz Juliana. Ela lembra do caso ocorrido durante a Copa do Mundo 2018, quando alguns brasileiros publicaram um vídeo em que assediavam uma mulher russa.


E os clientes e fornecedores?


“Alguns clientes acabam se aproximando mais, e fazer uma conexão nas redes sociais pode ser uma forma interessante de relacionamento, se você tiver os cuidados anteriores”, diz Juliana. Vale apenas ponderar se você tem uma relação próxima o suficiente com esses profissionais para fazer o convite.


Pode postar foto da empresa?


Não há motivo para não fazer isso, desde que sejam fatos positivos para a empresa. “Quando você vai a um evento bacana da empresa, uma ação social interessante, recebe um brinde que achou legal, vale postar a foto. Mostra que o colaborador está engajado”, diz Juliana. É preciso, contudo, filtrar o que é público e o que é privado na empresa.


E o LinkedIn?


Por ser uma rede social essencialmente profissional, o tema é mais fácil, mas ainda assim exige cuidado. “Lá, espera-se que você poste coisas exclusivamente profissionais”, afirma Juliana. Vale compartilhar notícias e comentários tanto sobre a empresa quanto sobre o setor em que você trabalha, mas as fotos pessoais e comentários sobre política devem ficar de fora dessa rede social.


O bom do LinkedIn é que é possível se conectar com pessoas que tenham interesses similares aos seus e que trabalhem no mesmo setor. Também pode ser um espaço para começar a conversar com um colega de trabalho com quem não se tem muita intimidade. “Faz sentido se conectar com as pessoas da sua empresa, mas talvez não todos no primeiro dia de trabalho”, diz Mantovani.


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